sexta-feira, 30 de julho de 2010

Vila do Conde - Corpo de Deus

Ao passar por Vila do Conde nunca deixo de recordar as festas em honra do Corpo de Deus, um acontecimento único nesta vila e que se realiza de quatro em quatro anos. Agora ao percorrer as ruas limpas, reparo nas casas recuperadas e no esforço em manter em bom estado de conservação toda a zona do que podemos chamar centro histórico. É evidente o trabalho feito nos últimos anos nesse sentido. No entanto a vila também modernizou-se e para constatar esse facto basta percorrer a zona junto ao Forte e rapidamente apercebemos-nos dos novos edifícios, algo descaracterizados, mas numa linha "upper class" séc. XXI. Pessoalmente a minha escolha recairia por uma das belas casas recuperadas do centro, carregadas de memórias e simbolismo. Voltando ao tema do Corpo de Deus, estive há alguns anos nesta vila para fotografar o trabalho de construção dos famosos tapetes de flores, realizado na véspera e durante toda a noite, voltando lá no dia seguinte para recolher algumas imagens das festividades. É de facto muito interessante ver como as famílias se juntam para enfeitar as suas ruas, ruas estas que receberão a passagem da procissão rumo à Igreja Matriz. Quem estiver interessado em vivênciar esta experiência única deve marcar já no calendário. A próxima só se realizará em 2013 mas por certo valerá a pena a espera.
Deixo-vos com algumas imagens recolhidas em 2005.









Fotografia © Nuno Ferreira
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Vila do Conde - Igreja Matriz

No coração de Vila do Conde encontramos a Igreja Matriz, um edifício tardo-gótico com elementos manuelinos, barrocos e neo-góticos. A construção teve inicio em 1496 pelo arquitecto João Rainho, seguido por Sancho Garcia e Rui Garcia Penagós e sofre um impulso fundamental com a passagem de D. Manuel I por Vila do Conde, em 1502. A parte mais significativa das obras ocorreu no período compreendido entre 1511 e 1514, sob direcção do arquitecto João de Castilho. A ele se devem o pórtico, as colunas e os arcos que dividem as naves laterais da central, o coro e a capela-mor, com sua intrincada abóbada gótica-manuelina. São obra posterior as capelas do transepto e a torre sineira, esta última erguida em 1573 por João Lopes o Velho, em estilo tardo-renascentista ou maneirista. Internamente, a igreja apresenta planta composta, em cruz latina com três naves de diferente altura com cobertura de madeira e cabeceira com três capelas, com uma capela de cada lado do transepto. Os tramos da nave são separados por colunas e arcos de volta perfeita. A capela-mor é coberta por um abóbada com nervuras de feição gótico-manuelina e possui um retábulo barroco de talha dourada, esculpido em 1740 pelo entalhador portuense Manuel Pereira da Costa Noronha. O púlpito e os altares laterais foram esculpidos na primeira metade do século XVIII pelo entalhador João Gomes de Carvalho.







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Vila do Conde - Aqueduto de Santa Clara

Ao passar por Vila do Conde podem encontrar o Aqueduto de Santa Clara, um aqueduto românico iniciado no séc. XVII. É em 1626 que a abadessa do Mosteiro de Santa Clara, D. Maria de Meneses, compra os terrenos e contrata os mestres para a construção do aqueduto de forma a trazer as águas de uma nascente em Terroso, na Póvoa de Varzim, para abastecimento do referido Mosteiro. Passado 10 anos a obra é interrompida devido a um desnivelamento detectado, que inutilizava todo o trabalho anterior, retomando-se a construção em 1705. Em 20 de Outubro de 1714 a água da nascente chegava pela primeira vez ao Mosteiro. Este canal artificial foi construído sobre 999 arcos, sendo o segundo aqueduto mais extenso do país, com cerca de 4km de comprimento. Possui uma arcaria de envergadura e altura decrescente, em granito, com arcos quebrados e perfil superior do canal arredondado e paredes auto-portantes. Nos últimos 15 anos tem sido submetido a obras de conservação, em especial na área de Vila do Conde, onde apresenta a secção mais bem conservada.



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sábado, 24 de julho de 2010

Viana do Castelo - Casa dos Nichos

Situada na Rua de Viana, antiga Rua do Cais de época medieval, a Casa dos Nichos, assim denominada em virtude dos dois alto-relevos datados do séc. XV, com cenas da Anunciação e abrigados por dosseletes góticos, abriga agora uma extensão do Museu de Arte e Arqueologia de Viana do Castelo. Não é um espaço muito grande mas o número de peças expostas também não justificava mais e, na verdade, está bem estruturado aparentando alguma potencialidade para trabalho na área do serviço educativo. O espólio exposto conta com algumas das peças descobertas no concelho, pretendendo demonstrar a evolução ocorrida desde a Pré-História até à Alta Idade-Média no espaço geográfico respeitante a Viana do Castelo. A entrada é livre e está aberto de terça-feira a sábado entre as 10:00-13:00 e 15:00-18:00 (19:00 em horário de verão).
Como sempre, aqui estão algumas imagens.







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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Viana do Castelo - Basílica de Santa Luzia

Também no topo do Monte de Santa Luzia, no esporão poente, encontramos a Basílica ou Templo do Sagrado Coração de Jesus, mais conhecido por Templo de Santa Luzia. O projecto para a igreja foi da responsabilidade do arquitecto Miguel Ventura Terra, no qual traduz uma óbvia inspiração na Basílica de Sacré Cœur, colocada também ela no topo de um monte, o de Montmartre, em Paris.
O início dos trabalhos teve lugar em 1903 por iniciativa do padre António Martins Carneiro. Ventura Terra seria substituído em 1925 pelo arquitecto Miguel Nogueira que orientou a última fase das obras. A Basílica foi edificada sobre uma planta em forma de cruz grega tendo a sua arquitectura elementos neo-românicos, neo-bizantinos e neo-góticos. Na entrada está colocada uma estátua de bronze do Coração de Jesus do escultor Aleixo Queirós Ribeiro, inaugurada em 1898. No interior, o altar-mor, tem dois anjos da autoria do escultor Leopoldo de Almeida, e no centro encontra-se o Coração de Jesus (réplica do trabalho em bronze do escultor Aleixo Queirós Ribeiro) trabalho acompanhado pelo escultor Martinho de Brito. Os vitrais das rosáceas foram executados na oficina de Ricardo Leone, em Lisboa, e o fresco que representa a via-sacra e a Ascensão de Cristo, na cúpula, tem como autor, M. Pereira da Silva.
A Basílica, possui ainda um Carrilhão composto por 26 sinos.
Todo o trabalho no granito e no mármore é de Emídio Pereira Lima, mestre canteiro.
O santuário só ficaria concluída em 1943, embora tenha sido aberto ao culto em 22 de Agosto de 1926.
Quem desejar visitar a Basílica pode ainda utilizar o elevador de Santa Luzia, remodelado recentemente, que transporta os visitantes desde a zona da estação de caminho-de-ferro até ao santuário. É ainda o funicular de maior extensão do país, com 650 metros de comprimento, vencendo um desnível de 160 metros. Tem um custo de 3€ para as viagens de ida-volta.
Nas proximidades da Basílica podem ainda desfrutar da calma e sombra do Jardim das Tílias, óptimo para descansar um pouco e recuperar energias.
Como sempre, deixo-vos com algumas imagens.









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quinta-feira, 22 de julho de 2010

Viana do Castelo - Citânia de Santa Luzia

No Monte de Santa Luzia, sobranceiro à cidade de Viana do Castelo, encontram-se os vestígios de uma citânia da Idade do Ferro (séculos VII a III a.C.) classificada como Monumento Nacional. A sua estratégica localização conferia-lhe o domínio de grandes áreas circunvizinhas em especial do estuário e foz do Rio Lima e da costa atlântica adjacente, possibilitando assim condições únicas de defesa, seja pelo controlo dos caminhos e vales, como pelo controlo da navegação marítima e fluvial.
Não obstante a sua origem pré-latina, a Citânia de Santa Luzia terá registado o período de maior esplendor durante a fase inicial da ocupação romana, mantendo-se habitada até ao séc. V. Esta cronologia relativa é fundamentada no espólio que sucessivas escavações arqueológicas puseram a descoberto, com realce para um pequeno tesouro de moedas datadas de entre o ano 330 e 408.
A Citânia de Santa Luzia é ainda marcada por interessantes e pouco vulgares habitações de pedra. Estruturalmente, estas casas apresentam um raro e bem talhado aparelho poligonal, desenhando uma esbelta planta circular com vestíbulo ou átrio, conservando ainda em alguns exemplares os fornos de cozer pão. Esta disposição encontra paralelos construtivos e funcionais com outras habitações castrenses coetâneas da Galiza, particularmente com as que integram o Castro do Monte de Santa Tecla, situado na foz do Rio Minho.
Estas ruínas, conhecidas também como "Cidade Velha de Santa Luzia", são conhecidas, pelo menos, desde o séc. XVII. As primeiras escavações datam de 1876 (levadas a cabo por Possidónio da Silva) mas o conjunto urbanístico e arquitectónico hoje visível deve-se ao trabalho arqueológico efectuado em 1902 por Albano Belino.
O acesso à citânia é relativamente simples, encontrando-se a entrada contornando pela direita a Basílica de Santa Luzia e o Hotel com o mesmo nome. A entrada custa 1.5€ (mais 1€ se quisermos a brochura informativa). Está aberta ao publico de terça-feira a domingo entre as 10:00-12:00 / 14:00-17:00 (horário de inverno - out/mar) ou entre as 09:00-12:00 / 14:00-18:00 (horário de verão - abr/set).
Podem ver aqui algumas imagens.













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Viana do Castelo - Antigos Paços do Concelho

Construído entre finais do séc. XV e inicio do séc. XVI, este edifício surge após o antigo lugar de reunião ter sido ocupado pela Igreja de Santa Maria Maior. É um edifício de granito com dois pisos e coroado por ameias. A vereação reunia no piso superior ficando reservado o térreo para abrigo dos escribas que ali redigiam requerimentos e outros documentos destinados à Câmara. A reconstrução realizada manteve-lhe dois arcos góticos e rasgou entre estes um outro de vão mais estreito, local onde, em meados do séc. XVI fora implantada uma porta de aros almofadados. A planta baixa está assim formada por um alpendre com três arcos ogivais e a planta superior tem três janelas com varanda de ferro. Sobre a janela central estão esculpidos o escudo real, uma esfera armilar e um veleiro, símbolo de Viana do Castelo. Encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.
Neste momento o edifício é utilizado como espaço expositivo, encontrando-se patente ao público duas exposições. No piso térreo e até 31 de Julho temos uma exposição organizada pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo intitulada "Máquinas e ferramentas do Passado". No piso superior está disponível para visita, até ao próximo dia 1 de Agosto, uma exposição de pintura da artista plástica Armanda Passos.
Apresento-vos aqui algumas imagens das exposições.











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